06/06/2024 | notícia
Por JESSICAALVES
Reportagem por: Adriana Enne
A APSA, empresa líder em gestão de condomínios no país, com cerca de 3 mil condomínios em sua carteira, sendo 85% deles no Rio de Janeiro, é a mais nova integrante do Programa Aliança Centro-Rio, e promoveu um evento em sua sede para convidados do setor. O objetivo foi buscar mais apoio ao projeto que iniciou com apenas 4 empresas e hoje já possui 35 participantes.
Leonardo Schneider, diretor superintendente da APSA e vice-presidente do Secovi Rio, lembrou que a APSA é uma empresa de 93 anos, e desde que foi fundada a filial no Rio de Janeiro, em 1933 anos, ficou exatamente na Rua do Ouvidor, antigamente considerada a rua mais chique do Brasil, uma rua referência, uma região onde estava o coração financeiro da nação, com a sede dos principais bancos. Hoje, a Travessa do Ouvidor continua sendo uma área que recebe cuidados da iniciativa privada para garantir que seja mais limpa e segura. E é exemplo de como a união das empresas pode gerar frutos na manutenção das áreas.
Leonardo explicou que a APSA se juntou ao Aliança Centro Rio para apoiar toda a movimentação, a mobilização envolvendo entidades privadas, entidades públicas, empresários, proprietários de imóveis, síndicos, toda essa comunidade precisando trabalhar o resgate do Centro, de tanta história, de tanta cultura na cidade e que não se pode deixar simplesmente de lado.
“O caminho é árduo. A gente sabe que tem muito dever de casa. As coisas estão se transformando, e a gente não pode faltar com energia e com essa união. Mas nossa união na Travessa me faz acreditar que o Aliança pode e vai conseguir avançar muito mais. O Centro se destaca pela facilidade logística que oferece. Nós somos fáceis de acessar tanto por nossos empregados que vêm da Barra ou da Zona Sul, quanto dos que vêm da Zona Norte, da Baixada, de Niterói. Penso que o Centro é um local democrático, os preços da alimentação e do comércio são mais acessíveis do que na Zona Sul, por exemplo, os aluguéis muito mais baratos para as empresas. E agora, ainda com o crescimento de moradores em prédios residenciais e corredores culturais, o Centro realmente se torna um local excepcional para se viver e trabalhar. E a Aliança vem trabalhando firme junto à iniciativa privada e pública, com a prefeitura do Rio, para se aumentar os investimentos em segurança, iluminação, embelezamento, cultura”.
Segundo o empresário, desde 2021 a março de 2024, foram concedidas 37 licenças para novos empreendimentos no Centro do Rio, num total de 3 mil unidades, sendo que 78% delas virão do retrofit de prédios comerciais, uma iniciativa sustentável, em linha com as necessidades de preservação de recursos. Mais 13 licenças estão em análise, que poderão trazer mais 1036 residenciais e 29 não residenciais. A desvalorização de 38% no valor do m² de unidades comerciais na região, entre 2017 e 2024, mostra como enfraqueceu a demanda na região, como resultado das crises vividas pela cidade do Rio de Janeiro e posteriormente pelas mudanças que se solidificaram com a pandemia de Covid-19, como crescimento e normalização do trabalho realizado em casa. “Atualmente, de acordo com dados do Secovi Rio, o valor médio para compra e venda é de R$ 4.539,00/m². Já no segmento residencial, o impacto é bem menor. A desvalorização foi de 12%, com o metro quadrado médio hoje na faixa de R$ 7.329, 00/m². Com menor demanda para compra e venda, a área de locação, também sofreu os impactos de preços: com redução de 34% e o preço médio em R$ 29,12. Já a área residencial sofreu menos na locação, mas teve valorização de apenas 3% em todo o período, com o metro quadrado estabilizado em R$ 32,12. Surpreende por estar maior do que no comercial, o que normalmente não ocorre”, ressalta Leonardo.
O CEO da Aliança Centro-Rio, Marcelo Haddad, iniciou sua apresentação explicando que há um ano e meio a Aliança tinha 10 prédios e 4 cotistas. Hoje são 35 cotistas e 60 prédios e é necessário alcançar mais representatividade,
“Existe uma diferença muito favorável entre os valores de imóveis na Zona Sul e imóveis no Centro. Mas a imagem que o Centro ainda desfruta é ruim. A gente precisa trabalhar a imagem do Centro. Porque hoje, a Zona Sul está chegando no seu limiar de ocupação. A gente precisa começar a falar mais das vantagens financeiras, logística, zeladoria, ordem pública e segurança do Centro. Ao mesmo tempo em que incentivamos as modernizações internas nos prédios existentes, buscamos um conjunto mais atraente de iniciativas para a região, visando trazer volume de gente para o Centro: Reviver Imobiliário, Reviver cultural, ocupação da Rua da Carioca com cervejarias, o Reviver Cultural II, um quadrilátero das lojas culturais, onde teremos galerias de arte, barzinho, e atelier”, realçou Marcelo.
De acordo com ele, o Centro da cidade é um polo de negócios com 72 mil CNPJs. Nessa região, há mais de 500 mil profissionais com carteira assinada. Com as novas residências que serão construídas, as pessoas vão poder morar perto do trabalho. O bairro tem hoje 17 mil moradores, e terá, em 3 e 4 anos, 34 mil moradores.
“As pessoas precisam conhecer esse novo Centro que surge. A gente começou com o serviço de monitoramento e três atividades importantes: zeladoria, ordem pública e segurança. A gente hoje roda 150 ruas e 28 quilômetros semanalmente. Ficamos em cima da prefeitura para resolver os problemas que encontramos. Agora, precisamos de ocupantes! Queremos criar aqui áreas de revitalização econômica como existem no mundo afora. Uma área de revitalização econômica coloca limpeza adicional, segurança, paisagismo, um mobiliário mais humano, atividade cultural e promoção de negócios. No mundo inteiro, são quase 2.800 áreas nesse modelo. A área pode ser uma rua, uma praça, um quarteirão, qualquer área. As áreas no Brasil são voluntárias. As áreas do mundo inteiro são compulsórias”, explicou.
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